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Papo de Fármaco


PESQUISAS APONTAM MEDICAMENTO PARA A PREVENÇÃO DE INFARTO E AVC
Estudo brasileiro foi publicado em artigo no The Journal of Clinical Pharmacology

16 de setembro 2016
CAMILA FRUTUOSO


O uso de ácido acetilsalicílico (AAS) tem sido feito há vários anos na prevenção de eventos cardiovasculares. Mas a conclusão de um estudo brasileiro apoiado pela Fundação de Amparo À Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pela Biolab Farmacêutica, para pacientes de risco, a ingestão de uma dose diária de AAS a cada três dias pode ser eficiente na prevenção de infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e doença vascular periférica, diminuindo ainda, complicações gastrointestinais.

O ácido acetilsalicílico inibe a ação da enzima cicloxigenase (COX), isso diminui nas plaquetas a produção de tromboxano, um tipo de lipídeo que favorece a agregação paquetária. Costuma-se dizer, na linguagem popular, que o AAS “afina” o sangue, traduzindo, ele diminui a probabilidade de formação de coágulos que podem obstruir o fluxo sanguíneo. Mas por outro lado, a inibição da enzima COX na mucosa gástrica, diminui a produção de prostaglandinas – sustância lipídicas que protegem o estomago e o intestino.

Sob a orientação do Professor Gilberto De Nucci, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, coordenador do Projeto Temático ao qual está vinculado o estudo, foi realizado um ensaio clínico onde 24 voluntários, divididos em dois grupos, receberam uma dose de 81 mg de AAS todos os dias durante um mês, já os demais, receberam o fármaco a cada três dias, durante o intervalo, receberam apenas placebo.

Todos os voluntários passaram por diversos exames antes e ao final do tratamento, sendo eles endoscopia, biópsia gástrica e teste de agregação plaquetária. Também foi medido no sangue o nível de tromboxano e, no estomago, o de prostaglandina do tipo 2 (PGE2).

Diante dos dados, concluiu-se que o uso do medicamento a cada 72 horas é tão eficaz quanto seu uso diário. Segundo o pesquisador, essa descoberta abre a possibilidade de adotar o fármaco também na prevenção primária de eventos cardiovasculares.

O Food and Drug Administration (FDA), órgão que regulamenta o consumo de alimentos e de medicamentos no EUA, recomenda que o ASS seja usado apenas na prevenção secundária de doenças cardiovasculares.


Fonte: Jornal da USP
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